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Assembléia de Deus Missão do Brasil - Estudos Bíblicos



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Carta à igreja de Filadélfia

APOCALIPSE 3.7-13

INTRODUÇÃO

Filadélfia não era antiga como as outras cidades da Ásia, pois fora construída por Atalo II, no segundo século a.C. Distava 45 quilômetros a sudeste de Sardes, na província da Lídia. A cidade ficava sobre um planalto, perto de rico solo vulcânico, que propiciava uma agricultura abundante. Filadélfia tornou-se uma cidade rica comercialmente, devido às uvas que eram cultivadas na região.
Por causa da indústria relacionada com a uva, a principal divindade era Dionísio, e o culto ao imperador não era um problema como em outros lugares. Em Filadélfia, a dificuldade parece ser, em grande parte, a comunidade judaica.

I. CRISTO

1. Eu sou: "Ao anjo da igreja de Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi. O que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre..." (3.7).

2. Eu sei: "Conheço as tuas obras. Diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar. Sei que tens pouca força; entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome" (3.8).

3. Eu farei: "Farei aos da sinagoga de Satanás, aos quais se dizem judeus, e não o são, mas mentem, " farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo" (3.9).

II. ELOGIO

1. "Diante de ti pus uma porta aberta, que ninguém pode fechar. Sei que tens pouca força; entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome" (3.8).

2. O elogio aos cristãos de Filadélfia era triplo: eles tinham diante de si uma porta aberta, que ninguém podia fechar; eles eram fiéis a despeito de sua fraqueza; e não negaram o nome de Cristo. A porta aberta pode ser:
A oportunidade missionária peculiar a Filadélfia, na fronteira da Frígia, mas esta porta podia ser fechada pela guerra, por exemplo.
Podia ser o próprio Cristo, a porta, mas eles já haviam entrado por ela.
É provavelmente a porta do reino messiânico ainda por vir. Cristo pode garantir a esses cristãos fiéis que ninguém pode excluí-los do reino.
3. A pouca força deve referir-se à pequenez da congregação ou à sua falta de recursos. A sua fortaleza é afirmada no fato de que eles guardavam ou observavam a palavra. Quando um cristão fracassava, debaixo de tais pressões, negava o nome de Cristo; mas quando o confessava, dava um testemunho fiel e verdadeiro.

4. As igrejas da Macedônia demonstravam grande riqueza em meio à pobreza quando havia amor e liberalidade em servir. "E agora, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia. Em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e a sua profunda pobreza transbordou em riquezas da sua generosidade. Pois segundo as suas posses (o que eu mesmo testifico), e ainda acima delas, deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos o privilégio de participarem deste serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus" [grifo do autor] (2 Co 8.1-5).

5. Juntamente com o elogio da igreja em Filadélfia, há uma condenação da comunidade judaica, que obviamente era a fonte de pressões contra a congregação cristã, como no caso de Esmirna (Ap 2.9). "Farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem, " farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo" [grifo do autor] (3.9).

6. João segue o precedente cristão de considerar os crentes como "o verdadeiro Israel" e condena claramente a comunidade judaica, por ser não apenas falsa, mas também uma sinagoga de Satanás.

7. Através da perseverança, esses cristãos ganhariam a isenção da hora da provação a qual se esperava que viesse logo sobre todo o mundo... Este evento é escatológico. Se os crentes suportarem a hora da provação, ela os purificará, ao invés de destruí-los.

8. Os demais, os que não forem regenerados, sofrerão toda tribulação que há de vir sobre o mundo, para provar os que habitam sobre a terra. (3.10).

9. Paulo disse em Romanos 2.6-11: "Deus recompensará a cada um segundo as suas obras: Dará a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, honra e incorrupção. Mas indignação e ira aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade, e obedientes à iniquidade. Tribulação e angústia sobre a alma do homem que obra o mal, primeiramente do judeu e também do grego; mas glória, honra e paz a qualquer que pratica o bem: primeiramente ao judeu e também ao grego. Pois para com Deus não há acepção de pessoas".

10. A igreja em Filadélfia escapou da repreensão.

III. EXORTAÇÃO

1. A exortação à igreja em Filadélfia é simplesmente "guarda o que tens". Todavia, a urgência é sublinhada pela lembrança de que Cristo virá sem demora.

2. A vitória estava nas mãos deles, mas era necessário perseverança para que não perdessem a coroa.

3. Hebreus 10.27-29 afirma: "Pois ainda em pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá da fé. E se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma".

IV. PROMESSA

1. "A quem vencer, eu farei coluna no templo do meu Deus, de onde jamais sairá. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome" (3.12).

2. Este belíssimo sumário de três nomes ("coluna no templo do meu Deus", "o nome do meu Deus" e "o nome da cidade do meu Deus") inscritos nos crentes fiéis é de absoluta segurança. Se o cristão possui o nome de Deus, o da nova Jerusalém e o novo nome de Cristo, certamente terá a vida eterna. Todas as promessas às sete igrejas incluem aspectos da eternidade. Conhecer o nome de uma pessoa é gozar de uma comunhão mais estreita com ela. Conhecer o nome de Deus (Êx 3.14) é conhecer o Senhor.

3. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (3.13).

CONCLUSÃO

Jesus apresentou-se à igreja em Filadélfia como aquele "que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém abre" e, ciente das tribulações por que passava e ainda haveria de passar a pequenina e fiel igreja, confortou-a com essas palavras que são uma promessa magnífica: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar... Como guardaste a palavra de minha paciência, também eu te guardarei na hora da tentação".
Por insignificante que fosse, essa igreja sobreviveu às outras da Ásia e, apesar das vicissitudes, dos terremotos e guerras de vinte séculos, ainda existe hoje. Em sua Magnum Opus, Gobbons, o historiador, ao estudar a história das setes igrejas, ficou surpreso ao reconhecer que só a de Filadélfia fora conservada, "salva pela profecia ou pela coragem". E observou o seguinte: "Entre as colônias gregas e igrejas da Ásia, a de Filadélfia ainda existe como coluna no meio das ruínas, um exemplo agradável de que os caminhos da honra e da segurança podem ser, às vezes, os mesmos".