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Assembléia de Deus Missão do Brasil - Estudos Bíblicos



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AVIVAMENTO ESPIRITUAL – A MISSÃO DINÂMICA DA IGREJA

A Igreja é o corpo de Cristo, ou seja, um organismo vivo, que, portanto, deve manter vivos os seus integrantes até a volta do Senhor.

INTRODUÇÃO

- Estamos a encerrar este trimestre em que esperamos ter podido colaborar com cada um dos estudiosos da Palavra de Deus para que tenhamos consciência do que é ser Igreja e o que devemos fazer até que o Senhor volte.

- A última missão a ser estudada é a que diz respeito à manutenção da vida espiritual. Sendo um corpo e, mais do que isto, o corpo de Cristo, a Igreja tem de ter vida e vida com abundância.

I – A IGREJA TEM VIDA E PRECISA MANTÊ-LA

- O ilustre comentarista preferiu, nesta última lição, basear no livro de I Tessalonicenses para ali extrair preciosas lições a respeito do avivamento espiritual. Tomaremos, porém, uma outra linha, procurando mostrar porque a Igreja deve manter vivos os seus integrantes.

- Como temos visto ao longo do trimestre letivo, a Igreja é o corpo de Cristo (I Co.12:27). Nesta expressão do apóstolo Paulo, além do aspecto de que a Igreja é uma unidade, um todo formado por várias partes que devem estar integradas e ligadas umas às outras, também temos um outro ponto igualmente importante: a Igreja é um organismo , ou seja, “qualquer corpo constituído por órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando os diversos processos necessários à vida”.

- Ao dizer que a Igreja é o corpo de Cristo, as Escrituras também nos informam que a Igreja é um organismo, ou seja, um conjunto de pessoas que realiza atividades que são necessárias à vida e, quando falamos em vida, estamos a nos referir a vida espiritual, já que a Igreja é uma nação espiritual. Assim, a Igreja, ao exercer as suas tarefas, assim como um organismo biológico, tudo faz para que mantenha a vida em si mesma, para que a vida prossiga.

- Mas não é só na expressão “corpo” que temos a idéia de que a Igreja precisa ter vida e tudo faz para mantê-la. Paulo afirma que ela é o “corpo de Cristo” e todos sabemos que Cristo está vivo e vive para todo o sempre (Lc.24:5; Ap.1:18). Assim, quando se diz que a Igreja é “o corpo de Cristo”, está a dizer-se que a Igreja é viva e assim sempre estará para todo o sempre.

- Mas, além disto, a Igreja é apresentada como sendo o “edifício de Deus” (I Co.3:9), um edifício que é formado de “pedras vivas” (I Pe.2:5). Assim, se cada membro em particular da Igreja é uma “pedra viva” (I Co.12:27), assim todo o conjunto da Igreja é vivo, até porque se encontra ligado na videira verdadeira (Jo.15:1,2), videira esta que é a própria vida (Jo.14:6).

- Vemos, pois, que a Igreja é viva, é definida como um organismo vivo e que tem a função de se manter com vida, de tudo fazer para que a vida se preserve, para que a vida exista em sua essência. “Vida” é palavra que surgiu para se opor a “morte” e cujo significado é “propriedade que caracteriza os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte”. Como a Igreja não pode morrer, pois Cristo vive para todo o sempre e ela é o corpo de Cristo, temos que a “vida” é a “propriedade que caracteriza a Igreja a partir do seu nascimento”.

- “Vida” é oposto de “morte” e “morte”, biblicamente falando, nada mais é que separação. Com efeito, sabemos que o salário do pecado é a morte(Rm.6:23a). Ora, o que o pecado faz é separar o homem de Deus (Is.59:2), tendo sido o papel de Cristo, precisamente, o de derrubar a parede de separação que havia entre Deus e a humanidade, restabelecendo o relacionamento entre eles (Ef.2:11-16), daí porque ter sido dito que a vida eterna é o dom gratuito de Deus por Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm.6:23b).

- Quando Jesus salva o homem, portanto, faz com que passe da morte para a vida (Jo.5:24), ou seja, que deixe de estar separado de Deus para a Ele se unir, não passando de um ramo da videira verdadeira (Jo.15:4,5). Ao receber a vida por meio de Cristo Jesus, ou seja, esta comunhão, este restabelecimento de ligação com Deus, somos postos em um corpo, a saber, a Igreja (Ef.2:16-18).

- A Igreja, portanto, recebe sempre membros que estão ligados a Cristo, que passaram da morte para a vida, que estão em comunhão com Deus e tudo quanto for feito na Igreja só pode ser feito por causa desta vida que existe em cada membro em particular e tem como missão a manutenção desta mesma vida.

- A vida de um organismo é caracterizada, na biologia, pelo que se denomina de “metabolismo”, que é o “conjunto de transformações, num organismo vivo, pelas quais passam as substâncias que o constituem: reações de síntese (anabolismo) e reações de desassimilação (catabolismo) que liberam energia”. Um organismo mostra que está vivo quando se mantém exercendo as suas atividades, sempre se transformando, sempre realizando mudanças que, no conjunto, preservam a existência do organismo.

- O metabolismo, portanto, é um processo de mudanças, de transformações, que permitem o desenvolvimento, o crescimento, o amadurecimento e a reprodução do organismo, que, apesar de se modificar constantemente, permanece existindo. Há, pois, ao mesmo tempo, uma mudança e uma permanência: o organismo está em constante mudança, porque não é parado, tem vida, mas, enquanto muda, continua a existir, ou seja, permanece, pois ainda está vivo.

- A Igreja, sendo, como o é, um organismo vivo, não poderia ser diferente. Ela está em constante transformação, pois o seu metabolismo não lhe permite que fique estática, sem qualquer modificação. O metabolismo da Igreja faz com que ela cresça, se desenvolva e se reproduza, em outras palavras, que tenha uma modificação tanto quantitativa quanto qualitativa. A propósito, a palavra “metabolismo” também significa “"conjunto de transformações por que passam as substâncias constituintes dos organismos vivos”, do grego “metabole” (μεταβολή), que quer dizer “"mudança, ação de transformar, mudança de uma situação para outra, mudança de natureza, costumes, caráter”.

- A Igreja está constantemente se aperfeiçoando, pois os seus integrantes, os santos, têm de se aperfeiçoar diariamente, santificando-se (Ap.22:11), tendo, para isto, o Senhor Jesus constituído os dons ministeriais (Ef.4:11-16). Como resultado destas constantes mudanças, deste constante crescimento espiritual, na graça e no conhecimento de Jesus (II Pe.3:18), o corpo aumenta para sua edificação em amor (Ef.4:16), aumento este tanto em quantidade como em qualidade (At.2:46,47; 5:13,14).

- Esta é a “vida da Igreja”, que deve ser mantida mediante o bom ajustamento, o auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte (Ef.4:16). Esta é a “missão dinâmica da Igreja” de que fala o nosso ilustre comentarista.

II – OS OBSTÁCULOS PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA NA IGREJA

- Contudo, sabemos todos que, embora a Igreja seja o corpo de Cristo, a universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus (Hb.12:23), o fato é que ainda se encontram os seus membros em particular no mundo (Jo.17:11). Os filhos de Deus ainda não alcançaram a glorificação, o que somente ocorrerá no dia do arrebatamento, de modo que é necessário que, até lá, estejamos em constante vigilância e num esforço contínuo para mantermos a vida que recebemos de Cristo até o fim.

- Jesus, mesmo, em Sua oração sacerdotal, mostrou a realidade da necessidade de perseverarmos até o fim para que mantenhamos a vida. Ao dizer que a Igreja ainda está no mundo, pediu ao Pai que a guardasse para que fôssemos um com o Pai. Esta unidade, ou seja, a vida, que é a união entre o Pai e a Igreja, só é possível se nos mantivermos separados do pecado. A santificação é o processo que nos permitirá manter vida na Igreja.

- A manutenção da vida na Igreja nada mais é, pois, que a santificação, a chamada “santificação progressiva”, aquela que é mantida dia após dia após a nossa salvação e a ocorrência da chamada “santificação posicional”, que foi o ato pelo qual, quando aceitamos a Cristo, fomos tornados santos pelo Senhor. A partir de então, devemos, numa ação conjunta com Deus, nos mantermos separados do pecado.

- Ora, esta santificação se inicia, como diz o próprio Senhor Jesus, pela Palavra de Deus (Jo.17:17). Se “avivamento espiritual” é o nome desta manutenção de vida, inicia-se ele pela Palavra de Deus.

- O fato é que as Escrituras dizem que é preciso perseverar até o fim para que se alcançar a salvação (Mt.24:13), já que o último estágio da salvação é a glorificação, que ocorrerá quando do dia do arrebatamento da Igreja (I Co.15:51-58). Como a “santificação progressiva” exige uma participação humana, ela pode falhar e, como resultado disto, em vez de alcançarmos a glorificação, poderemos obter a perdição eterna, bastando para isto que pratiquemos a iniqüidade, ou seja, pequemos, não nos santifiquemos (Mt.7:21-23).

- Daí porque ser importante que vejamos quais os perigos que cercam cada membro em particular da Igreja e que podem impedi-lo de ter o mesmo fim glorioso do povo de Deus, já que aquele que não dá fruto será tirado, bem como aquele que não estiver na videira será lançado fora e secará (Jo.15:2,6).

- Para verificar quais os obstáculos que podem nos impedir de nos manter vivos até o dia do arrebatamento, temos que elucidativas são as cartas que o Senhor Jesus mandou João escrever para as igrejas da Ásia Menor, igrejas locais que são como modelos dos tipos de igrejas locais que existem nesta dispensação por todo o mundo. Em tais igrejas, Jesus sempre identifica circunstâncias com as quais Ele não Se agrada e, sendo Ele a vida, fatores que, por certo, contribuem para a morte espiritual de alguns, pois, em cada igreja local, sempre haverá aqueles que, por não discernirem o corpo do Senhor (i.e., a Igreja), estarão espiritualmente mortos (I Co.11:29,30).

- Na carta à igreja de Éfeso, verificamos que o elemento que prejudicava a vida espiritual dos membros da Igreja era a “perda do primeiro amor”(Ap.2:4). O amor é uma das demonstrações mais evidentes, senão A demonstração evidente de vida espiritual no que se diz cristão. O apóstolo João é enfático a respeito: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte.” (I Jo.3:14). O próprio Jesus, no Seu sermão escatológico, é claríssimo ao dizer que a multiplicação do pecado, nos dias imediatamente anteriores à Sua volta, ocasionará o esfriamento do amor de quase todos (Mt.24:12).

- Quando permitimos que o amor de Deus, que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5), esfrie, deixe de existir, não mais esteja caracterizando as nossas ações, o nosso comportamento, estamos a perigosamente nos desligar do corpo de Cristo, começamos a nos afastar da videira verdadeira e isto resultará, se não acordarmos em tempo oportuno, em nossa morte espiritual. Se não temos amor, não somos ramos da videira verdadeira, não estamos ligados com Deus, porque Deus é amor (I Jo.4:8).

- É bom lembrar que o amor de que estamos a falar é o amor divino, o amor “agape”(αγάπη), cujas características foram descritas no capítulo 13 de I Coríntios. Devemos sempre observar o mencionado capítulo e ver como está o nosso comportamento. Amor divino não é apenas um sentimento. O amor divino é, antes de tudo, como nos afirma o apóstolo, uma qualidade do fruto do Espírito, ou seja, uma das qualidades de nosso comportamento, de nossa conduta enquanto Jesus não vem.

OBS: “…O amor é definido um tanto mesquinhamente, e a maioria das definições envolve sentimentos positivos. O professor de línguas me explicou que muito do Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, e os gregos usavam várias palavras diferentes para descrever o multifacetado fenômeno do amor. Se bem me lembro, uma dessas palavras era eros, da qual se deriva a palavra erótico, e significa sentimentos baseados em atração sexual e desejo ardente. Outra palavra grega para amor, storgé, é afeição, especialmente com a família e entre os seus membros. Nem eros nem storgé aparecem nas escrituras do Novo Testamento. Outra palavra grega para amor era philos, ou fraternidade, amor recíproco. Uma espécie de amor condicional, do tipo "voce me faz o bem e eu faço o bem a você" Finalmente, os gregos usavam o substantivo agapé e o verbo correspondente agapaó para descrever um amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca. É o amor da escolha deliberada. Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra agapé, um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento do amor.…” (HUNTER, James C. O monge e o executivo, pp.46/7).

- O metabolismo da Igreja deve sempre proporcionar mudanças no caráter dos seus membros em particular, de modo a que eles amem uns aos outros como Jesus nos amou, pois é este o mandamento do Senhor (Jo.15:12). Precisamos não mais viver, mas Cristo viver em nós (Gl.2:20) e isto não será possível a não ser que aumentemos, a cada dia, o nosso amor. Afinal de contas, como dissemos supra, a Igreja somente pode crescer se o fizer em amor (Ef.4:16). Como crentes em Cristo, devemos amar ao próximo até o fim, pois devemos ser Seus imitadores (I Co.11:1; Jo.13:1).

- Outro fator que ameaça a manutenção da vida espiritual nos membros em particular da Igreja é o abandono dos compromissos assumidos para com Deus, a falta de fidelidade. Na carta que Jesus manda a Esmirna, vemos que não há qualquer senão por parte do Senhor, mas há uma recomendação, qual seja, a de que aqueles crentes se mantivessem fiéis até a morte para que pudessem receber a “coroa da vida” (Ap.2:10). Isto nos mostra que a perseverança, a manutenção da fidelidade a Deus é um elemento indispensável para que haja manutenção da vida entre os membros em particular do corpo de Cristo.

- A perseverança na fidelidade a Deus não é algo fácil, mas é indispensável para que sejamos vencedores. A Igreja deve, em suas atividades, sempre cuidar para que seus membros se mantenham fiéis ao Senhor, sejam leais, mantenham os seus compromissos, assumidos quando da conversão e publicamente anunciados quando do batismo nas águas.

- Para tanto, é fundamental que a Igreja sempre lembre aos seus membros quais foram os compromissos assumidos diante do Senhor. Esta lembrança, que tem na ceia do Senhor o seu ponto alto, pois leva cada membro em particular a se examinar para saber se se mantém em comunhão com Deus e com os irmãos (I Co.11:28), deve ser mantida reavivada através da exposição e do ensino da Palavra de Deus. Através da pregação e do estudo da Palavra, somos colocados frente a frente com a verdade e as nossas ações (Tg.1:22-25), de modo a que possamos, a cada instante, melhorarmos os nossos caminhos diante de Deus. Além do mais, é assim que o Espírito Santo poderá nos lembrar tudo quanto foi anunciado pelo Senhor Jesus (Jo.16:13,14). A vida espiritual depende da nossa disposição de sofrermos a sã doutrina, isto é, de suportarmos a sã doutrina, de prestarmos atenção ao verdadeiro ensinamento (II Tm.4:3).

- O abandono dos compromissos leva à prática do pecado. Nos últimos dias, por causa da prática do pecado, que escraviza o homem (Gn.4:7; Jo.8:34), muitos não mais suportarão a sã doutrina e amontoarão para si doutores conforme as suas concupiscências(II Tm.4:3), concupiscências que são o que se encontra no mundo sem Deus e sem salvação (I Jo.2:16,17). O grande perigo está quando deixamos o compromisso assumido de renunciarmos a nós mesmos e seguirmos a Cristo (Lc.14:33) e se vê atraído e engodado pela sua própria concupiscência (Tg.1:14). Não há lugar na vida espiritual para o atendimento a si próprio, para o amor de si mesmo acima do amor a Deus. Quem quiser ganhar a sua própria vida, diz Jesus, perdê-la-á (Mt.10:39;16:25;Mc.8:35; Lc.9:24; 17:33).

- O terceiro fator que faz extinguir a vida entre os membros em particular da Igreja é a “doutrina de Balaão”, que é o ensinamento da tolerância com o pecado, conforme vemos na carta que Jesus mandou escrever à igreja de Pérgamo (Ap.2:14). Com efeito, Balaão ensinou os moabitas uma estratégia para derrotar o povo de Deus, mediante a sedução dos jovens israelitas por parte das jovens moabitas, que os levou à prostituição e à idolatria. Como ensina Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal: “…A doutrina de Balaão refere-se, portanto, a mestres e pregadores corruptos que, em Pérgamo, levavam suas congregações à transigência fatal com a imoralidade, o mundanismo e as falsas ideologias; tudo por amor à promoção pessoal ou vantagem financeira…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, com. Apo.2:14, p.1985).

- A transigência com a imoralidade, o mundanismo e as falsas ideologias, tudo para que se tenha promoção pessoal e vantagem financeira de alguns é um elemento que causa a morte espiritual de muitos membros em particular da Igreja. Sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb.12:14) e há muitos falsos mestres que, introduzidos no meio do povo de Deus, têm enganado a muitos, apresentando um “evangelho fácil”, alargando a porta estreita e o caminho apertado que leva à salvação, como se isto fosse possível. Na verdade, estão levando muitos para a perdição eterna, perdição esta que compartilharão com o diabo e seus anjos.

- O quarto fator que impede a conservação da vida entre os membros em particular da igreja local é a “tolerância ao ensino e profecia de Jezabel”, como se verifica na carta à igreja de Tiatira (Ap.2:20). Tem-se aqui uma circunstância muito similar à “doutrina de Balaão”. A tolerância ao ensino e profecia de Jezabel, porém, é uma situação ainda mais grave que a anterior, uma vez que se tem, mesmo, o comprometimento de uma liderança (Jezabel era rainha e uma rainha que, efetivamente, era quem governava Israel) com o pecado, com o falso ensino. Como diz Stamps: “…Cristo condena o pecado da transigência com o erro. Devemos rejeitar qualquer preletor que coloca suas próprias palavras acima da revelação bíblica (…) e declara que Deus aceita, na igreja, a quem comete atos imorais, participando dos prazeres pecaminosos do mundo. Alguns, na igreja, costumam tolerar tais falsos ensinos, por indiferença, medo de confronto, amizade pessoal ou pelo desejo de paz, harmonia, autopromoção ou dinheiro. Deus excluirá tal igreja, juntamente com os seus líderes…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, com. Ap. 2:20, p.1986).

- Os membros em particular da Igreja correm sério risco de perder a salvação, a vida espiritual pode se esvair quando se aceitam ensinos errôneos, conceitos equivocados e sem qualquer respaldo bíblico. É, aliás, muito preocupante o que estamos a verificar na atualidade, pois muitas igrejas locais têm deixado de estudar e expor a Palavra de Deus e ocupado o tempo de suas reuniões e de suas outras atividades com preceitos e conceitos completamente estranhos à sã doutrina, aceitando, irrefletida e negligentemente, falsos ensinos e invencionices cuja origem, muitas vezes, nem conhecem. Isto se dá desde a adoção de cânticos de letras e melodias profanos e antibíblicos até práticas completamente alheias à sã doutrina. Troca-se, então, a vida espiritual pela emoção e pelo sensacionalismo.

- Na esteira da prevalência destes falsos mestres e seus ensinos equivocados, chegamos à situação de divisões, porfias e pelejas no meio das igrejas locais. O espírito faccioso somente pode proliferar onde existam aqueles que querem tomar para si a glória divina, o primado da palavra e da autoridade. A divisão surge no meio daqueles que não têm o Espírito (Jd.19), que procuram seguidores, que os imitem nas suas ímpias concupiscências (Jd.18). A divisão é um indicador de carnalidade (I Co.3:1-4), carnalidade esta que é resultado direto da falta de ensino da Palavra, da substituição da sã doutrina por doutrinas de homens (Cl.2:18-23) e, por vezes, de demônios (I Tm.4:1,2).

- O quinto fator que impede a permanência da vida nas igrejas locais é a contaminação das vestes espirituais, ou seja, a retomada de um modo mundano de viver. É este fator que é apontado pelo Senhor Jesus na igreja de Sardes, que, embora tivesse nome de que vivesse, estava, na verdade, morta (Ap.3:1). Quando não há a busca do aperfeiçoamento, a procura da perfeição, ou seja, quando não existe qualquer interesse na santificação, gera-se uma acomodação que leva o membro em particular da igreja à morte espiritual.

- A idéia de que “Deus só quer o coração”, o entendimento, cada vez mais difundido entre as pessoas, de que “o crente não precisa ser diferente das outras pessoas” tem sido um decisivo fator para matar espiritualmente a muitos, a milhares e milhares de pessoas que, lamentavelmente, têm nome de crentes em Cristo, mas são apenas “crentes nominais”, pois estão mortos. Aliás, quando vemos o número de supostos cristãos no mundo e como estas “multidões de cristãos” estão a viver e a fazer, entendemos bem como se está diante de cadáveres espirituais.

- O sexto fator que tem ocasionado a perda de vida por muitos membros em particular da Igreja é a negligência. Em Filadélfia, outra igreja que não é censurada pelo Senhor Jesus, vemos que seus integrantes foram vigilantes, tendo prestado atenção para a porta aberta pelo Senhor, bem como guardado a Palavra de Deus e não negado o nome do Senhor. A negligência espiritual é exatamente o contrário deste comportamento, ou seja:

a) desatenção à direção divina – o negligente não presta atenção para as ações divinas, não percebe que as portas que Deus abre. Não é guiado pelo Espírito Santo, mas, sim, pela sua habilidade, pelo seu conhecimento, pelo seu ego. Esta falta de percepção espiritual conduz as pessoas à morte espiritual.

b) inobservância da Palavra de Deus – o negligente não procura adequar sua vida ao que dizem as Escrituras. Não observa a Palavra de Deus e procura sempre fazer a sua vontade e não a vontade do Senhor. Tal comportamento leva-o à morte espiritual, pois quando alguém se afasta da Palavra de Deus, afasta-se da própria vida, pois a Palavra é viva e eficaz (Hb.4:12).

c) negação do nome do Senhor – o negligente nega o nome do Senhor, ou seja, não confessa que Jesus é seu Senhor e Salvador. Não precisa dizer expressamente, como fez Pedro, que não conhece Jesus ou nunca ouviu falar dEle. Basta que não faça o que Ele manda, basta que, no momento em que deva agir como um cristão, prefira agir segundo as convenções sociais, os costumes locais ou a lógica humana. Estará negando o nome do Senhor.

- Quando os membros em particular da Igreja começam a falar, a pregar, mas não mais a viver, não se preocupam em ter uma vida de sinceridade, de autenticidade diante de Deus e dos homens, negligenciando na observância da Palavra de Deus, na busca da orientação e direção divinas e negando, com suas atitudes, o nome do Senhor, estamos diante de alguém que perderá, inevitavelmente, a sua vida espiritual.

- O sétimo fator que impede que os membros em particular da Igreja tenham vida é a auto-suficiência, a independência em relação a Deus, que é a característica marcante da igreja de Laodicéia. Quando o crente olha para o Senhor Jesus e diz “rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap.3:17), isto é sinal de que não passa de um “desgraçado, miserável, pobre, cego e nu” (Ap.3:17). Devemos ser sempre “pobres e necessitados” (Sl.40:17), pois a bem-aventurança está no fato de sermos “pobres de espírito” (Mt.5:3). A pobreza aqui não é um estado econômico-financeiro, mas, sim, um estado de consciência de que sem Jesus nada podemos fazer (Jo.15:5).

- Quando admitimos nossa insignificância, quando reconhecemos que nada somos (ou melhor, somos menos do que nada, como nos ensina o profeta Isaías – Is.40:17; 41:24) e que precisamos em tudo de Deus, poderemos, então, crescer espiritualmente, manter a nossa vida espiritual. Enquanto não nos conscientizarmos de que não passamos de ramos da videira verdadeira (Jo.15:5), jamais poderemos ter progresso espiritual algum.

- Estes fatores, apresentados pelo Senhor Jesus em cada uma das igrejas da Ásia Menor, continuam a aparecer em todas as igrejas locais e nelas estarão até a volta do Senhor. Por causa disso, é imperioso que lutemos contra estas situações, que, vez por outra, podem comprometer até a maior parte da igreja local, como ocorreu, por exemplo, em Sardes. Todavia, em todas as cartas, o Senhor mostrou que sempre haverá os vencedores e que sempre há uma oportunidade para que voltemos a ter vida e vida com abundância, pois, afinal de contas, este foi o propósito para a vinda do Senhor a este mundo (Jo.10:10).

- A história da Igreja tem sido a comprovação de que o Senhor está sempre pronto a restaurar o Seu povo, a extirpar as operações do adversário que geram morte, roubo e destruição no aprisco do Senhor. Os avivamentos ocorridos em Israel, na antiga aliança, e na Igreja, na atual dispensação, demonstram que nosso Deus não mudou e que, por isso, devemos, como membros em particular da Igreja, cheios de amor pelo próximo, batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, mediante a nossa edificação sobre a fé, orando no Espírito Santo e nos conservando a nós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de Jesus para a vida eterna, apiedando-nos dos duvidosos e salvando alguns arrebatando-os do fogo, aborrecendo até a roupa manchada da carne (Jd.2,20-23).

III – COMO SUPERAR OS OBSTÁCULOS PARA QUE SE TENHA VIDA NA IGREJA

- A Igreja está numa batalha espiritual contra os poderes malignos (Mt.16:18; Ef.6:12) e a manutenção da vida na Igreja, o avivamento espiritual, é um dos principais campos desta luta contra as hostes espirituais da maldade. Assim como o corpo físico de cada ser humano, diariamente, luta contra os agentes patogênicos, assim também a Igreja, enquanto corpo de Cristo, deve lutar incessantemente contra as investidas de Satanás, cujo papel é matar, roubar e destruir (Jo.10:10), investidas estas que sempre são repletas de astúcia (Ef.6:11).

- Nesta batalha pela manutenção da vida, pela fé que uma vez foi dada aos santos, deve a Igreja tomar certas atitudes, que foram apresentadas pelo apóstolo Judas, irmão do Senhor, que foi como que constrangido pelo Espírito Santo a nos deixar escrito este assunto (Jd.3).

- A primeira “arma” que se deve utilizar para prevenir ou para curar a morte espiritual dos santos é a própria edificação. Não há como querermos ajudar uns aos outros e evitar a “falência múltipla dos órgãos” numa igreja local, se não nos edificarmos a nós mesmos (Jd.20). Paulo foi bem claro ao dizer que aquele que está em pé, ou seja, que continua seguindo firmemente seu caminho para o céu, deve ter cuidado para que não caia também (I Co.10:12).

- A atitude daquele que, examinando-se a si mesmo percebe que está em comunhão com Deus e, portanto, tem vida espiritual, não é atacar os outros, “desmascarar os pecadores”, “limpar a igreja”, como tem sido a atitude insensata de alguns, mas, bem ao contrário, deve olhar para si próprio, ter cuidado de si mesmo, a fim de que não venha também a cair em pecado. “Aquele que cuida estar em pé, OLHE que não caia”. Não é possível sermos instrumentos de avivamento espiritual a não ser quando nos edificamos a nós mesmos, quando cuidamos da nossa vida espiritual. Lembremo-nos, aliás, do que nos ensinou o Senhor Jesus: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt.16:26).

- Esta edificação de si mesmo, como já vimos supra, não se poderá dar a não ser pelo amor. Assim, para que haja um avivamento espiritual em nossa igreja local, é preciso que cresçamos nós mesmos em amor, que amemos cada vez mais, que realmente tenhamos um comportamento que seja o descrito em I Co.13.

- A edificação, entretanto, deve ser dada com base na fé, na “santíssima fé” (Jd.20). Stamps assim explica esta “edificação sobre a santíssima fé”: “…A santa fé é a revelação divina do NT, transmitida por Cristo e pelos apóstolos (v.3). Isso requer o estudo da Palavra de Deus e um esforço resoluto para conhecer a verdade e os ensinos das Escrituras.…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, com. Jd.20, p.1976). Vemos, uma vez mais, que não é possível avivamento espiritual sem que haja o estudo, a meditação, a exposição da Palavra de Deus. Para que nos edifiquemos satisfatoriamente, mister se faz que nos apliquemos ao estudo da Bíblia Sagrada, pois só assim poderemos amar cada vez mais.

- Neste sentido, impossível que, numa igreja local que esteja caminhando para ser uma nova Sardes, haja um verdadeiramento avivamento espiritual se não se der impulso, proeminência e prioridade ao ensino e à pregação da Palavra de Deus. Querer obter “avivamento espiritual” de uma igreja local com “campanhas”, “reteté” é total perda de tempo, pois somente havendo edificação sobre a santíssima fé por parte daqueles que estão em pé é que se pode restaurar os que estão a se perder.

- Mas esta edificação não se faz apenas com base na Palavra de Deus. Deve ela ser acompanhada de “oração no Espírito” (Jd.20). Ao lado do crescimento no conhecimento de Cristo, deve haver, também, o crescimento na graça, que advirá se houver uma vida de oração. “Orai sem cessar”, recomenda o apóstolo Paulo à igreja em Tessalônica e, por extensão, a todos os crentes (I Ts.5:17). A oração é indispensável para que haja um avivamento espiritual, para que se mantenha a vida espiritual. Jesus deu-nos o exemplo, pois nasceu orando (Hb.10:5-9), viveu orando (Mt.26:42; Lc.6:12; 22:45) e morreu orando (Lc.23:46).

- A oração exigida para que haja avivamento espiritual, porém, não é qualquer oração, mas, sim, a “oração no Espírito”, que não é, porém, o que se alardeia, equivocadamente, por aí de que seria somente a oração em língua estranha. A oração no Espírito é, segundo Stamps, aquela feita “…no poder eficaz do Espírito Santo, i.e., confiando no Espírito Santo para inspirar, orientar, energizar, sustentar e nos ajudar a lutar em oração(.). Orar no Espírito inclui tanto orar com a mente, quanto orar com o nosso espírito…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, com. Jd.20, p.1976). Já para Donald W. Burdick, autor das notas da Bíblia de Estudo NVI, “orar no Espírito” é orar “…segundo o mover do Espírito Santo e com o poder dEle” (BÍBLIA DE ESTUDO NVI, com. Jd.20, p.2165). Trata-se, pois, de uma oração dirigida pelo Espírito Santo, feita segundo a Sua orientação e intercessão, que, muitas vezes, foge ao próprio entendimento intelectual daquele que está a orar.

- A edificação sobre a santíssima fé e a oração no Espírito fazem com que os crentes vivos, os genuínos servos do Senhor, adquiram um caráter cristão cada vez mais desenvolto, produzam o fruto do Espírito, de modo que Judas afirma que devem, então, conservar-se a si mesmos no amor de Deus, ou seja, quem se edifica sobre a Palavra e ora no Espírito tem o amor de Deus e, por isso, precisa conservá-lo, mantê-lo, não adquiri-lo, como é o caso daqueles que estão espiritualmente mortos. A aquisição do amor divino depende, pois, desta edificação e desta oração no Espírito, em outras palavras, exige uma vida devocional na Palavra e na oração. Temos aqui o que conhecido corinho infantil nos ensinou em nossa infância na Escola Bíblica Dominical: “Leia a Bíblia e faça oração se quiser crescer”.

- Quem tem o amor de Deus em seu coração, tem, também, a esperança da misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. Quem ama a Deus conhece o Senhor (I Jo.4:8) e, por isso, sabe bem que o Senhor é misericordioso, que não veio para condenar, mas, sim, para salvar o mundo (Jo.12:47). Tem, pois, a consciência que seu papel, como membro em particular do corpo de Cristo, não é julgar o mundo, mas buscar salvar o que se tem perdido (Lc.19:10).

- Por isso, os crentes vivos, as varas da videira verdadeira, podem promover um avivamento espiritual em suas igrejas locais, apiedando-se dos duvidosos, ou seja, tendo compaixão daqueles que não estão edificados sobre a fé, que estão a duvidar do Senhor Jesus, que estão a desagradar a Deus, já que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb.11:6).

- O avivamento espiritual é resultado da compaixão que os vivos têm em relação aos que estão morrendo espiritualmente. O avivamento espiritual é fruto da compaixão, do amor ao próximo, daquele mesmo amor que levou o bom samaritano a descer de sua cavalgadura e acudir aquele judeu meio morto que caminhava de Jerusalém para Jericó, ou seja, que estava em uma descida na sua vida espiritual.

- Avivamento espiritual é resultado da compaixão, do dó, da pena que os vivos têm em relação aos que estão a se perder, mas, em absoluto, é uma atitude de simpatia com a dúvida, com a falta de fé que os que estão se perdendo apresentam em seu modo de viver. Um dos grandes equívocos nos nossos dias é confundir a compaixão com os duvidosos com a tolerância à dúvida, com a convivência com o pecado. Tanto assim é que o apóstolo Judas foi bem claro ao afirmar que, ao mesmo tempo em que os crentes vivos devem se apiedar dos duvidosos, devem, também, aborrecer até a roupa manchada da carne. “…Aos crentes é ordenado, através do ministério evangelístico, e da motivação do amor, que ajudem outros a trocarem suas vestes. Esse ministério é motivado pela abominação à carne e a todos os seus inevitáveis maus resultados.” (CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, v.6, com. Jd.20, p.348).

OBS: “…evitar o mais remoto contato com o pecado e odiar aquilo que faz fronteira com ele. Enquanto as roupas dos apóstolos fizeram milagres do bem na cura, as vestes dos pecadores, metaforicamente, isto é, alguma coisa que possa manter contacto com sua imundície deve ser evitada. Compare com os leprosos e outras pessoas imundas, Lev. 13:52-57; 15:4-17, impuras; alguém que as tocasse era excluído, até que se purificasse, da comunhão civil e religiosa com o povo santificado de Israel. Os cristãos que receberam no batismo vestes brancas como símbolo de pureza, não são para se corromper pela aproximação com aquilo que é imundo.…” (JAMIESON, Robert; FAUSSET, A.R. e BROWN, David. Comentário crítico e explicativo da Bíblia inteira. Disponível em: http://bible.crosswalk.com/Commentaries/JamiesonFaussetBrown/jfb.cgi?book=jude&chapter=001 Acesso em 30 jan. 2007) (tradução nossa de texto em inglês).

- Vê-se, portanto, como é completamente sem respaldo bíblico a busca de um “avivamento espiritual” mediante uma “imagem simpática, popular e agradável” aos que se estão desviando da fé. Em nome de uma “contextualização”, de uma “atualização”, de uma “contemporização”, muitos querem manter suas igrejas avivadas com a inserção de elementos pecaminosos, que mantenham as pessoas nas igrejas locais. Todavia, devemos aborrecer até a roupa manchada da carne. Tudo aquilo que for um estímulo, um incentivo ao pecado, o embaraço de que fala Hb.12:1, deve ser evitado, abominado, para que se tenha um verdadeiro avivamento espiritual. Temos de amar os pecadores, mas odiar o pecado.

- O avivamento espiritual deve ter por objetivo a restituição da vida aos que estão se perdendo. É preciso que salvemos aqueles que estão já envolvidos no fogo, fogo este que é o fogo do juízo, o fogo do inferno de que fala Jesus no sermão do monte (Mt.5:22). O envolvimento com o fogo do inferno se dá pela falta de amor e se não houver uma ação do Espírito Santo, por intermédio dos Seus instrumentos, que são os crentes vivos, não haverá como eles possam ser arrebatados.

- A expressão de Judas mostra que o avivamento é resultado de uma força externa, ou seja, vem de Deus, do Espírito Santo, não de nós mesmos. Se é preciso que façamos a nossa parte, edificando-nos a nós mesmos e orando no Espírito, de forma a termos aumento de amor em nossos corações, amor que provém de Deus, também a salvação é resultado de um arrebatamento, de uma ação violenta, que não tem procedência humana, mas, sim, divina. É Deus quem nos guarda de tropeçar e cuja misericórdia faz com que haja salvação destas vidas.

- Vemos aqui que tudo é resultado da misericórdia divina e que é possível, sim, que as pessoas que estão espiritualmente mortas nas igrejas locais possam ser restauradas por intermédio de uma ação dos seus irmãos que, usados pelo Espírito Santo, possa fazer com que elas se deixem ser arrebatadas da perdição pelo amor de Deus. Cabe aos crentes vivos, por fim, ter esta mesma misericórdia, misericórdia com temor, ou seja, compaixão debaixo de reverência e de observância da Palavra de Deus.

- Esta é a função da Igreja, manter a vida espiritual de todos os seus membros em particular, conservando o fervor espiritual até que o Senhor volte. Assim como no tabernáculo e no templo, na antiga aliança, o fogo deve arder continuamente no altar, sem se apagar (Lv.6:12,13). O templo, nesta dispensação, somos nós e devemos, pois, conservar firme a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb.3:6).