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Assembléia de Deus Missão do Brasil - Estudos Bíblicos



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Não adulterarás!

Êx 20.14

Em seu livro O Mito da Grama Mais Verde, J. Allan Petersen conta a história de uma mulher que, juntamente com outras onze, estudava francês, enquanto os filhos estavam no maternal. Certo dia, enquanto almoçavam, uma delas perguntou às demais: "Quantas de vocês têm sido fiéis durante toda a sua vida de casadas?" Apenas uma mulher à mesa ergueu a mão.
Uma das mulheres contou ao marido o que acontecera, deixando claro que ela mesma não levantara a mão.

"Mas eu tenho sido fiel!"
"Então, por que você não levantou a mão?"
"Fiquei com vergonha".1

Vergonha de ser fiel! No passado, o peso da vergonha humilhava todos aqueles que quebravam os votos matrimoniais, mas em nossa sociedade este comportamento mudou. Temos visto pessoas admitirem publicamente, em entrevistas na televisão, os seus relacionamentos extraconjugais. É algo que parece moderno e sofisticado. Apenas os "ultrapassados" ainda crêem em fidelidade. A pornografia envia uma mensagem nada sutil à nossa sociedade: enquanto tais relacionamentos forem prazerosos, tenha quantos quiser, com quem desejar, mas "não magoe ninguém". A maior parte das cenas de sexo nos filmes não acontece entre pessoas casadas. Fica a impressão de que quem vive nesse tipo de vida sabe aproveitar o que ela tem de melhor. Os demais são cafonas.

Um escritor de novelas afirmou que seu alvo é fazer as pessoas rirem de felicidade com adultério, homossexualismo e incesto pela televisão. "Se você levar as pessoas a rirem dessas coisas, perderão a resistência a esse tipo de prática", afirmou. Uma pesquisa recente, feita nos Estados Unidos, mostrou que no universo de pessoas casadas metade teve um caso extraconjugal.
No entanto, o sétimo mandamento diz: "Não adulterarás". Por que Deus deixou essa determinação? Não lhe parece fora da realidade, levando-se em conta o forte desejo sexual que todos experimentamos? Contudo, em pleno século vinte existem várias razões para obedecermos esse mandamento. Vejamos algumas delas.

Em primeiro lugar, não devemos adulterar porque é uma ordem divina!
Até parece que estou ouvindo aquele murmúrio de objeção de alguns de meus ouvintes à idéia de que devemos ou não fazer uma coisa só porque Deus determinou. Afinal, vivemos numa era em que todos são muito bem informados e podem decidir por si mesmos o estilo de vida que quiserem adotar. Adultério é errado só porque Deus o proibiu? Mark Twain costumava demonstrar sua raiva contra Deus por nos haver dado um desejo sexual tão forte, limitando-o, todavia, a apenas uma pessoa, nos limites do casamento.

Mas, é óbvio, existe uma razão pela qual Deus nos deu esse mandamento. Ele nos criou de tal maneira que somos incapazes de ter relacionamentos sexuais fora do matrimônio sem culpa ou tensão emocional. O adultério destrói o homem por dentro; corrói o homem em seu interior.

A Bíblia ensina claramente que o ato sexual une duas pessoas - corpo, alma e espírito. "Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne", 1 Co 6.16. Um relacionamento casual com uma prostituta vai mais além do que apenas uma "escapada", um abraço de corpos. Sexo é mais do que um ato biológico; existe uma ligação psicológica profunda entre duas pessoas durante o ato sexual. Quando o sexo é praticado fora da proteção da aliança conjugal, as feridas são inevitáveis e as emoções fortemente abaladas. A imoralidade sexual de todo tipo é um golpe desferido contra o respeito próprio, a personalidade e o coração do indivíduo.

Certa ocasião aconselhei uma jovem de dezesseis anos, que fora seduzida por um homem bem mais velho, casado e pai de vários filhos. O caso durou vários meses e, quando foi descoberto, ele colocou a culpa na menina. Ela se deixou seduzir pelas palavras doces e enganosas daquele velho. Poderíamos entender a rejeição que a jovem sentiu quando o caso veio a tona e ele se isentou de toda a responsabilidade. Mesmo assim, as palavras dela, ainda chorando, foram: "Isso aconteceu há três anos e não consigo esquecê-lo. Iria encontrar-me com ele se me procurasse outra vez". Por que uma garota se sente tão ligada a um homem que a traiu? No aspecto psicológico, ela está sob o efeito do relacionamento sexual que faz dos dois "uma só carne". Essa é a natureza do sexo ilícito.

Não confunda os fatos: ter relações sexuais não é como casar. O casamento é protegido por uma aliança; pela promessa que duas pessoas fazem de viver juntas "na alegria e na dor, até que a morte nos separe". É a aliança que faz o casamento; o sexo apenas o complementa. Quando há sexo sem aliança, o efeito psicológico de "união de corpos" tem repercussões muito grandes para os dois. O resultado de uma relação sem a bênção do matrimônio é sempre a culpa ou uma consciência endurecida.

É comum encontrarmos pessoas que se gabam de suas escapadas extraconjugais, alegando receberem muito mais amor e carinho com outra pessoa. Uma senhora me contou que o seu marido era alcoólatra e que o relacionamento extraconjugal com outro homem livrou-a da loucura. Outro adúltero disse: "Encontrei um oásis e agora você me diz que devo voltar para o deserto".

Não se pode questionar a existência de relacionamentos amorosos nos casos extraconjugais. As pessoas alegam que "encontraram sua cara-metade" e descobrem um nível de comunicação que nunca encontraram em seus casamentos. Sim, alguns desses relacionamentos são amorosos e significativos. O problema é que um adúltero precisa quebrar pelo menos cinco dos dez mandamentos para obter esse "relacionamento significativo".

Consideremos por um momento os mandamentos que um adúltero desobedece. O primeiro diz: "não terás outros deuses diante de mim". Quem adultera está dizendo que existe um relacionamento mais importante do que o relacionamento com Deus. O segundo afirma: "não dirás falso testemunho contra o teu próximo". Além de quebrar os votos matrimoniais, o adúltero geralmente engana para encobrir o seu pecado. Outro mandamento determina: "não furtarás". Quando Davi pecou com Bate-Seba, o profeta Natã o acusou, principalmente, de roubar a mulher do próximo. O último mandamento declara: "não cobiçará". O adultério começa com a cobiça. Assim, podemos retornar ao sétimo mandamento, o qual afirma com bastante clareza: "não adulterarás".

Quem sabe podemos, agora, entender por que o adultério é um pecado tão sério. Para se ter esse tipo de relacionamento, é necessário cerrar os punhos ameaçadores diante da face de Deus. Porém, Ele não proibiu o adultério porque seja contra o sexo, mas por crer que se trata de algo tão bom que precisa ser protegido dos males de seu uso equivocado.

Há, todavia, esperança para aqueles que vivem envolvidos em pecados sexuais. Deus pode perdoar o passado, purificar a consciência e possibilitar ao adúltero um novo começo. Permanecerão as cicatrizes, mas a frustração e a culpa desaparecerão. O Deus que ordenou o mandamento é o mesmo Deus perdoador.

Em segundo lugar, não devemos adulterar porque o pecado traz sérias conseqüências. O pecado sexual é a tentação mais enganosa que enfrentamos. Promete muito, mas o seu fim é amargoso. Nossos desejos exigem que sejam supridos a qualquer custo. A letra de uma música popular diz: "hoje alimentarei minhas paixões; amanhã resolvo esse assunto com o diabo". Todos já nos acostumamos a ouvir pessoas dizerem que querem manter esse tipo de relacionamento a qualquer preço. Um homem afirmou: "prefiro ir para o inferno com a minha amante do que para o céu com a minha esposa".

Que conseqüências sobrevêm ao adúltero? Ele experimenta aquela sensação de estar sendo destruído interiormente; um sentimento de culpa. O pecado pode ser escondido de todo mundo. A pessoa, no entanto, vive acompanhada de uma consciência que a todo momento a importuna. Uma moça, virgem até os vinte e nove anos, ficou com raiva de Deus por não conseguir um esposo, e entregou-se a um homem que nem ela mesma respeitava. Depois que tudo chegou ao fim, passou a ser perturbada pelas palavras "agora você se sujou", como se fosse o próprio diabo falando. Um relacionamento ilícito tem o perfume dos deuses, mas o preço é estipulado pelo diabo; quem sabe esteja aí a razão dos grandes conflitos emocionais dos que caem nos laços da imoralidade. Se por um lado o prazer é estimulante, por outro as alfinetadas da consciência advertem de que se está vivendo uma mentira. Para alguns a culpa tem um peso esmagador; mesmo que se esconda o caso, apesar de todas as precauções tomadas para que não seja descoberto, a culpa está sempre ali diante dos olhos. Quando o telefone toca, o adúltero se pergunta: "será que alguém sabe?" Quando os amigos resolvem fazer uma visita, fica preocupado se eles desconfiam de alguma coisa. Até nos momentos mais santos, quando o adúltero esforça-se para adorar a Deus na igreja, a lembrança do pecado faísca em sua mente. Este sentimento foi muito bem expresso por Davi: "o meu pecado está sempre diante de mim".

Após o caso vir à tona, a ferida contamina a todos quantos vivem ao redor do adúltero. Aquele sentimento de rejeição de ter sido traído pelo companheiro e a desconfiança que se segue são inevitáveis ao cônjuge ofendido. Quando este descobre que estava sendo enganado, encontra enorme dificuldade em recuperar o senso de auto-estima. Em certo sentido, o adultério é um dos pecados mais egoístas. Apesar de gratificante para o adúltero, o ferimento não apenas contamina a família e os que vivem ao redor, como deixa cicatrizes profundas que poderão durar para sempre.

Este mandamento foi dado por Deus para que houvesse estabilidade na família. Toda criança quer que seus pais se amem, e nada debilita mais um filho do que saber que seu pai encontrou uma mulher mais atrativa do que a mãe. Estudos recentes indicam que os filhos cujos pais são divorciados enfrentam mais problemas do que se imaginava.

Numa entrevista pela tevê alguém me perguntou: "Você não acha que um homem cuja mulher vive numa cadeira de rodas, e portanto incapaz de ter relações sexuais... você não acha que nesse caso ele poderia dar as suas escapadas?" O pressuposto oculto por trás dessa pergunta é que nossas paixões têm que ser satisfeitas a qualquer custo. Em nossa sociedade, manter as paixões sob controle parece um pecado imperdoável; as pessoas acham que todo desejo sensual que clama por satisfação tem que ser realizado.

Ninguém pode justificar o sexo ilícito. Se você abrir uma exceção num caso desse, o que fazer então com os solteiros, viúvos e divorciados? Nossas paixões mentem - não é verdade que precisam sempre ser satisfeitas. Existem milhares de crentes numa cela de alguma penitenciária por causa de sua fé em Jesus Cristo que não encontram oportunidade de ter um momento sequer de intimidade sexual com as esposas ou os maridos. No entanto, conseguem controlar-se no meio dessas circunstâncias repressoras. Henry Bowman disse: "Nenhum ser inteligente incendeia uma catedral para fritar ovos, mesmo que esteja morrendo de fome". A catedral do matrimônio é tão especial que ninguém tem o direito de queimá-la só porque encontrou alguém que satisfaz suas necessidades ou porque é sexualmente atrativo.

Por último, teremos que prestar contas diante de Deus. Um dia, todo pecado oculto virá à luz. "Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará", Hb 13.4. A primeira razão para vivermos sexualmente puros é porque Deus assim o ordena. A segunda é porque existem terríveis conseqüências para aqueles que excedem em suas liberdades. Mas há, sobretudo, aquele senso de compensação quando resistimos às sucessivas tentações na área sexual.

Há uma linda promessa a todos quantos resistem às tentações sexuais. Ao falar deste pecado, Jesus afirmou: "Se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno", Mt 5.29,30.

Cristo se refere aqui às duas partes do corpo que normalmente são usadas no estímulo sexual. Ele aludiu primeiro ao olho, o qual, especialmente nos homens, provoca desejos sexuais. A seguir mencionou a mão, cujo papel, no sexo, é bem maior sobre as mulheres, geralmente estimuladas com afagos suaves. Jesus é enfático ao afirmar que devemos remover tudo o que nos faz pecar.

O Mestre declara: "É melhor". A pessoa incapacitada, com apenas um olho e uma mão, está bem melhor do que quem dispõe de todos os membros, mas vive desagradando a Deus. É melhor viver sexualmente frustrado e sozinho do que carregar sobre os ombros o fardo da infidelidade. A pessoa que obedece os mandamentos mantém a dignidade e a auto-estima, já que se livra da culpa e dos conflitos interiores associados ao prazer do sexo ilícito. O mais importante, todavia, vem depois: "bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus", Mt 5.8.

As tentações sexuais nos dão uma das mais claras oportunidades de provarmos nosso amor a Deus. Ele não nos pede que sacrifiquemos o nosso filho sobre um altar, como fez com Abraão - ainda que possa levar um de nossos filhos à morte com o fim de testar a nossa fé. Existem outros meios de Deus nos provar - para muitos a prova vem com as tentações sexuais. O que está em jogo é se valorizamos o nosso relacionamento com Deus mais do que a satisfação de nossos desejos.

E que dizer de alguém que adulterou no passado ou que esteja, agora, envolvido num relacionamento? Um dos mais precisos barômetros do coração humano é a maneira como reagimos quando o pecado nos acusa. Existem pessoas que, quando descobertas em adultério, simplesmente contam uma mentira após outra procurando esconder o caso.

Certa mulher desconfiava que o seu marido adulterava, mas não dispunha de provas. É claro que ele admitiu ter-se encontrado com outra mulher, tê-la acompanhado até o apartamento dela, mas afirmou com segurança que "nada aconteceu entre ambos". Chegou a jurar, levantando a mão para o céu: "Se estou mentindo, que Deus me mate agora mesmo".

Mas estava! Posteriormente, esse homem foi forçado a admitir que colocara Deus à prova - se o Senhor levasse a sério o seu juramento, teria morrido em seus pecados. Mesmo assim, quando perguntei à sua esposa se o marido lhe pedira perdão, ela afirmou: "bem, de certa maneira..." Em certo sentido se arrependera, mas jamais admitiu diretamente que havia pecado.

Isso é indiferença para com os sentimentos dos outros! Uma coisa é pecar; outra é querer justificar-se na hora em que é pego pecando. Tanto Pedro quanto Judas negaram a Cristo; um se arrependeu; o outro se recusou a admitir o pecado e se suicidou.
Davi confessou o seu pecado, mas só parou após vários meses de fingimento e engano. Finalmente pôde dizer: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano", Sl 32.1.

Deus ordenou: "Não adulterarás". Jamais deveríamos envergonhar-nos de que ele sabe o que é melhor. Com o mandamento, vem a capacitação divina para vivermos à altura de seu padrão. Bem-aventurados os que não tem vergonha de obedecer a Palavra de Deus.